Paulo Konder Bornhausen.
Já havia, decepcionado, frustrado e porque não afirmar enojado, com a corrupção e a impunidade que tomou conta do Poder Público, desistido de escrever sobre política de modo geral.
Afinal sou como dizia Montesquieu; "Quando vou a um país, não examino se há boas leis, mas se as que lá existem são executadas, pois boas leis há por toda a parte."
Mas quando leio e assisto na TV a reação popular em paises cristãos e mulçumanos, sob regime democrata ou ditaduras, o povo indo as ruas manifestando o seu protesto quanto os demandos dos governantes, fico indignado com a leniência, o silêncio, a covardia dos cidadãos honestos do nosso país, ante aos fatos escabrosos que tomamos conhecimento diariamente, praticados pelos agentes dos poderes públicos. Bem sei que a UNE, dos famosos “caras pintadas”, a CUT, a força Sindical, os sindicatos, foram amordaçados pela dinheirama que o Governo lhes deu e continua dando. Mas me pergunto porque os patriotas, os probos que não aceitam o que está acontecendo, não utilizam a Internet para criar um “Movimento Contra a Corrupção e a Impunidade”, para fazer o que fazem os Movimentos Gays que levam multidões às ruas na defesa de seus direitos, ou os Evangélicos na propagação da sua fé. Por que não os imitamos para protestar e mesmo para curar esta epidemia generalizada que está devastando a Nação.
O Poder Executivo é uma vergonha. “Nunca se viu neste país”, plagiando um dos propagadores desta miséria, um Governo que mal começou e começou mal, onde caíram três Ministros por irregularidades inaceitáveis e com outro falastrão, mordido pela vaidade. Outros corruptos ou incompetentes estão próximos do precipício.
Além do mais, altos funcionários destes e de outros Ministérios foram afastados pelas mesmas vergonhosas razões.
A pergunta que paira no ar, é se vai haver uma “faxina” completa. Pois o que houve até agora se ateve ao “bidê” do banheiro não atingindo os locais mais fétidos, não atingiu os gabinetes, a roupa suja existente. Parece mais, como afirmou o colunista Guilherme Fiuza “A imagem de Dilma desenterrando as ossadas do fisiologismo, como se tivesse nada a ver com isso, é trágica”.
Razão tem o “Economist” quando afirma que se houvesse uma “faxina” para valer, sobraria muito pouca gente e eu acrescento que a mesma para ser consistente teria que focar os três Poderes, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
O Executivo não se precisa acrescentar mais nada, pois está podre.
O Legislativo, bastaria citar que ele está prenhe de Tiriricas e mensaleiros denunciados ou outros já condenados pela Justiça salvos pela dilação do prazo de vigência da Lei da Ficha Limpa.
O Judiciário, em vários setores, fora a morosidade dos processos, é conivente, pois é responsável direto pela impunidade.
Agora assistimos a pouco, um episódio melancólico. As nossas Forças Armadas serem comandadas por um “diplomata” reconhecidamente “Chavista”, que destruiu o conceito do Itamaraty e que tem como adjunto um guerrilheiro e seqüestrador, denunciado ainda no STF como mensaleiro, irmão do homem “dos dólares na cueca”. Um achincalhe, do qual só se soube de uma reação de um general da reserva. Certamente que é por isso que não se vê há anos um oficial das três armas fardado nas ruas. Massacrados e humilhados nas duas ultimas décadas.
Por tudo isso, usando a linguagem popular “é o fim da picada”.
Quero afirmar que se não fossem os meus 82 anos que me tornam frágil de mobilidade, estaria nas ruas convocando os homens e mulheres de bem para realizarmos um protesto pacífico que tivesse como base uma Revisão Constitucional, uma nova Constituição que substituísse a decantada e malfadada Constituição de 1988, origem de todos os males que nos arruinaram. Mudando o regime absoleto de Governo, estabelecendo o equilíbrio Federativo e a garantia da segurança física e jurídica dos cidadãos de maneira que não tenhamos vergonha de sermos brasileiros.
Minha esperança é que as lideranças honestas que ainda sobreviveram tenham coragem, ousadia e abram uma perspectiva de limpar esta praga maldita da corrupção e da impunidade.
Que Deus ouça este meu apelo.