Por Tim Wall
A camada de gelo do Ártico pode se manter ou até crescer um pouco no verão, mesmo com o aumento da temperatura terrestre. No entanto, esse retorno será curto e tende a acabar.
Um modelo climático computadorizado criado pelo National Center for Atmospheric Research (NCAR) apontou, em algumas simulações, que a camada de gelo do Ártico durante o verão manteve-se a mesma ou até mesmo expandiu-se no período de uma década. Contudo, numa análise a longo prazo, a mudança climática venceu e a maior parte do gelo derreteu completamente num período de 50 a 60 anos.
“Um dos resultados que mais nos surpreendeu foi o número de simulações que indicaram uma pausa temporária no derretimento do gelo”, disse à NCAR a cientista Jennifer Kay, autora-chefe da pesquisa recentemente publicada na revista Geophysical Research Letters, financiada pela National Science Foundation.
“As simulações apontam que poderíamos ter um período de 10 anos de estabilidade ou de aumento da camada de gelo. Apesar de a diminuição dessa camada ter se acelerado na última década, a situação da próxima década não depende apenas da atividade humana, mas também davariação climática que não pode ser prevista”, disse Kay.
O clima da Terra sempre foi um sistema complexo influenciado por muitos fatores. Os efeitos das atividades humanas tornam as previsões do sistema ainda mais complexas e difíceis. Em partes, é por isso que nenhuma simulação gera os mesmos resultados.
“A mudança do clima do Ártico é uma questão complicada”, ressalta Kay. “Não dá pra medir a variação natural porque quando a temperatura aumenta e o gelo fica mais fino, essa variação não provém apenas de causas naturais.”
Para analisar as tendências a curto e longo prazo, os cientistas usaram a última versão do mais poderoso software de modelagem de clima do mundo, o Community Climate System Model.
Predições futuras foram feitas com simulações de eventos do século XX. O software reproduziu os eventos do passado de maneira realista o suficiente para sugerir que as previsões do futuro podem estar corretas.
As simulações apontam um possível retorno do gelo, mas a realidade mostra que isso não ocorrerá neste ano. O mês de julho de 2011 bateu um recorde mensal de baixa quantidade de gelo no mar, de acordo com o National Snow and Ice Data Center.
“Quando olhamos a longo prazo, 50 ou 60 anos, fica clara a diminuição da camada de gelo no verão”, destaca Kay.
Imagem: O mapa e o gráfico apontam que o gelo do Ártico está derretendo por períodos mais longos de tempo a cada ano (NASA, Wikimedia Commons)
FONTE:
blogs.discoverybrasil
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