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quarta-feira, 1 de junho de 2011

DESTINO AZUL ! Volta ao Mundo !


Lembro quando entramos num bar em Floripa e ouvimos um colega comentar com outro: “Esses caras (nós) não vão conseguir nem sair do píer”. Era quando só tínhamos a vontade de dar a volta no mundo. Não tínhamos nada mais. Sem barco, sem dinheiro, sem experiência. Mas fomos ingênuos o suficiente para acreditar que vontade é o bastante.
Somos todos livres. Pássaros migratórios que podem sim escolher se voam todos os anos na mesma rota para o mesmo local ou se a cada momento descobrem um novo recanto deste surpreendente planeta azul.
A coragem que tivemos não foi para nos lançar ao mar infinito, solitário, mas de soltar as amarras que nos prendem a este trem que corre inerte neste trilho tão percorrido. Quanto mais vemos o mundo, menos orgulhosos ficamos do feito de fazê-lo. É uma lógica inversa. Descobrir o máximo deste universo fantástico é a coisa mais obvia a se fazer. Mas se com essa jornada veio um copo, quiçá um balde de experiência, compartilhamos ela da seguinte forma: “Que todos furem essa bolha que nos cerca e dancem suas asas para bem longe...”
Alguém disse que não podemos julgar o mundo pelo que vemos, pois aquilo representa apenas um fragmento de milésimo de segundo na história, a nada de bom resultará nesta superficial avaliação. Se não devemos julgar, podemos observar e compartilhar esses detalhes que fazem da vida algo tão especial.
No Atlântico os golfinhos acompanham mais o barco do que em outros oceanos. A água do Caribe é muito clara e a beleza exuberante, mas culturalmente as ilhas foram ficando muito semelhantes. Fernando de Noronha não perde em beleza para nenhum lugar. Não existe diferença entre navegar sobre uma profundidade de 500 metros ou 10.000. Custa 600 dólares para se cruzar o canal do Panamá e a travessia dura dois dias. Em travessias muito longas – nossa maior foram 28 dias entre Cidade do Cabo e Garopaba – a primeira semana e a última são angustiantes, mas as outras são muito gostosas. Lê-se muito e reflete-se ainda mais quando se está navegando num barco.
Quase todas as ilhas do mundo, mesmo as mais remotas, existem pessoas. O Facebook foi a melhor ferramenta para se manter contato com outros velejadores que conhecemos na viagem. Nas ilhas remotas, existem pessoas, mas não internet e por isso para rever esses amigos só voltando de barco para lá...
Quase morremos envenenados por um palmito diferente no Reino de Tonga. É que ele deveria ter sido cozido. O maior peixe foi um Marlin de quase 100 kg. O segundo maior peixe pesava cerca de 40 kg e quando eu estava com ele no braço para tirar uma foto, com o veleiro navegando, escorreguei no sangue do peixe e caímos eu e ele no mar. O peixe se perdeu nas profundezas... Triste história. Nas ilhas Cook existe um atol isolado de tudo aonde todos os habitantes são descendente de William Masters que trouxe no século IXX três esposas. Ele dividiu a ilha em três partes e cada filho só pode casar com uma mulher de outra sessão da ilha. Quando estávamos lá, isolados de tudo (para se ter uma idéia eles só recebem barcos externos com suprimentos uma vez por ano - e não um navio, mas um veleiro...), comemoramos o aniversário de 18 anos de um habitante. Foi o evento mais cerimonioso que já presenciamos. Tudo minuciosamente controlado pelo tique do relógio.. Uma incoerência com o local remoto.
Na costa norte da Papua Nova Guiné deve-se tomar muito cuidado com as árvores!! É que elas estão boiando no mar, vivem ali em cardumes! Acostuma-se com tubarões. Não se acostuma com dragões de Komodo. Existem muitos indianos em Fiji. O olho arde muito depois de surfar por 10 horas no mesmo dia. A saudade não mata, mas incomoda.
A impressão que fica é a de querer mais. A sensibilidade e a percepção do mundo e principalmente das pessoas aumenta. Pousamos no Brasil novamente. Nossas asas descansam mas não se aposentaram.
Boa viagem e acredite.

Diogo Guerreiro e Flavio Jardim 
http://www.vimeo.com/7466636

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