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sexta-feira, 8 de junho de 2012

São Pedro de Alcântara : A primeira colônia alemã de Santa Catarina



Tudo começou em 1829. São Pedro de Alcântara foi a primeira colônia alemã em Santa Catarina, povoada por imigrantes provenientes em sua maioria das regiões do Hunsruch e Eifel, sudeste da Alemanha. A partir dela surgiram, nos arredores, varias outras localidades germânicas que conservam as tradições de seus fundadores até hoje. Apesar da proximidade da capital, a apenas 32 km, o município ainda mantém atrativos turísticos ligados à natureza, além dos produtos artesanais, como a saborosa aguardente elaborada em centenários engenhos movidos a água. A cidade bela e sossegada tem menos de 4.000 habitantes.

O início

 Setembro de 1828 – Desembarcam no Rio de Janeiro, a bordo do o navio alemão "Johanna Jakobs", oriundos da Europa, centenas de imigrantes destinados à colonização de terras brasileiras. Eram 523 imigrantes originários, em sua maioria, da região de Eifel, localizada no sudoeste da Alemanha, ao norte do Rio Mosel (margem esquerda).Ainda na capital do Império se juntam aos imigrantes 93 homens da chamada "Legião Alemã", o corpo da tropa de mercenários alemães no Exército Imperial Brasileiro além de 19 ex-integrantes do 27º Batalhão de Caçadores de Santa Catarina. Eram, portanto, 146 famílias que totalizavam 635 pessoas.

Do Rio de Janeiro foram despachados em 28 de outubro de 1828, a bordo dos veleiros "Luiza" (um brigue) e "Marquês de Viana" (um bergantim), com destino a Desterro (hoje Florianópolis), sul do Brasil, onde aportaram, respectivamente, em 07 e 12 de novembro de 1828. O brigue "Luiza" transportou 276 pessoas e o bergantim "Marquês de Viana", 359 pessoas.



A espera infindável



Cheios de esperança e mudas de diversas plantas, os imigrantes tiveram que amargar mais de 6 meses de espera até serem instalados no local a eles destinados, ao longo do trecho da estrada de tropeiros que ligava Desterro às terras dos Campos de Lages. O motivo de tanta espera fora a falta de estrutura da futura colônia que, quando da chegada dos imigrantes, nem sequer delimitada ainda estava. Na verdade, nem bem a localização aonde seria instalada havia sido decidida pelo governo da Província.

Não se conhece, infelizmente, o dia exato em que ocorreu a primeira entrada dos imigrantes alemães nas terras da colônia, que poderia servir à fixação da data de sua fundação. O dia 1º de março de 1829, posteriormente celebrado como a fundação da colônia, é apenas a data da carta do diretor Passos ao brigadeiro Albuquerque Mello, narrando os serviços que, sob sua orientação pessoal, haviam sido então executados na mata, no trecho referido do velho Caminho-de-Tropas para Lages. Entretanto, os registros são evidentes da chegada dos primeiros colonos à região nos meses de fevereiro/março de 1829.

 Insatisfações

Foram muitas as queixas dos primeiros colonos que vinham imbuídos da idéia de criar uma colônia agrícola. As dificuldades impostas pela mata, ainda exuberante, a irregularidade geomorfológica da região (morros, escarpas e pequenos vales) entre outras fizeram muitas deserções.

Viram logo os colonos que toda a região onde estavam instalados não era apenas acidentada, mas ainda muito pedregosa, dificultando qualquer lavoura. A própria sede do arraial de São Pedro de Alcântara, a futura freguesia, apresentava-se apertada entre colinas, com pouca possibilidade de tornar-se um centro maior. E os alemães recém-vindos se perguntavam se não havia em toda a Província de Santa Catarina terras mais próprias para o amaino e o plantio. Havia muito mais e bem melhores. Entretanto, ficara decidido por escalões superiores que o "caminho de sertão" em direção aos campos de Lages devia passar por ali. Era a razão de ser da "Colônia dos Alemães" ali fundada.

Da Colônia dos Alemães, primeiro nome oficial da recente colônia,  colonos deserdavam para fundar outras localidades em Alto-Biguaçú e Caldas do Cubatão (hoje Caldas da Imperatriz e Águas Mornas). Outros acabaram migrando para vilarejos já constituídos  como Santo Amaro, Palhoça e até mesmo para a capital, Desterro, e para o lado continental da mesma, São José.

Muitos outros ainda subiram em direção a Alfredo Wagner e tomaram o destino do Vale do Itajaí, indo fixar-se em Ituporanga, Rio do Sul, e Blumenau. Mas muitos permaneceram e deram origem àquela que é a 1ª. colônia alemã de Santa Catarina, cujos 180 anos serão efusivamente celebrados no transcorrer de 2009.

  A consolidação da colônia

A  partir de março de 1829, sucessivas levas de imigrantes alemães, sendo que a maioria professava a religião católica chegaram ao local. Estes, após desbravarem a mata virgem e construirem suas casas, articularam a construção da capela de Santa Bárbara e, posteriormente, mais ao sul, às margens do Rio Maruim, a organização de um pequeno núcleo colonial: a célula-mater da cidade de São Pedro de Alcântara.

Com o conseqüente desenvolvimento do núcleo colonial, este foi elevado à Freguesia e à Paróquia, mediante Lei Provincial n.194, de 13 de abril de 1844, sendo a autonomia política-administrativa de São Pedro de Alcântara reconhecida e consagrada pela Lei Estadual n.9.534, de 16 de abril de 1994, colocando a primeira colônia alemã fundada no estado de Santa Catarina na categoria de Município.


Famílias alemãs que chegaram a São Pedro desde 1829



relação de Imigrantes Alemães que chegaram a São Pedro de Alcântara a partir de 1829:



Achtert,Feltes,Kleger,Peters,Sens,Agnes,Fischer.Klock,Petri,Sensheim,,Ahl
Franzener,Kobes,Petry,Sepular,Albers,Freiberger,Köche,Pfeiffer,
Sesterhenn,Alflen,Friedes,Kohlen,Philippi,Sieglin,Ambré,Friedrich,
Kommes,Pies,Simoni,Arenz,,Frilhs,König,Pirmassing,Soechting,
Backes,Fuchs,Kons,Planck,Spengler,Balles,Gansen,Kremer,Preis,Stein,
Barthes,Gebien,Kretzer,Pretz,Steinbach,Bass,Geise,Kreusch,
Prim,Steins,Bauer,Geissbusch,Kreutz,Pudinger,Stock,Becker,Gesser,Krick,
Pütz,Stoll,Behrens,Gödert,Radat,Theiss,Bender,Görent,Kron,Rausch
Theissen,Berg,Gorges,Kuber,Reichert,Thomas,Bergmann,Grab,Kuhnen
Reinadus,Tiegendorf,Besen,Grundhöfer,Laubentahl,Reinert,Tildris,
Beuren,Habitzreuter,Lauer,Reiter,Trierweiler,Beurer,Hack,Laux,
Remackles,Bursliet,Bins,Händchen,Lee Fleuer,Rengel,Vicker,Bissel,
Hanssen,Lennhardt,Reuter,Von Kurz,Bläser,Haskel,Lenz,Rinkus,Vürtz,
Blasius,Heck,Lesseln,Rohden,Wagner,Boeckler,Heingmann,Lieser,Rohles
Waldorf,Bohnen,Heinzen,Loch,Rohrs,Waldrich,Bonherts,Henne,Lohn,
Rosar,Weber,Born,Herath,Lohr,Rothanermel,Weinand,Bornhausen,
Herkes,Longen,Rübler,Welter,Bornhofer,Hermes,Lorich,Ruöte,Werner,Both
Hesser,Ludwig,Ruppel,Wiedrich,Böttger,Hoffmann,Mannebach,Sabel,Wiese
Brand,Holze,Mannerich,Salis,Wild,Brandenburger,Holzer,May,Schäfer,
Wilhelm,Braun,Horn,Meinschein,Scharf,Will,Bries,Huber,Mergener
Schauren,Wilvert,Brüchnem,Hutmann,Merger,Scheid,Winter,Brück,Jakob,
Merges,Schell,Wirschem,Brückenem,Jakobsen,Mertens,Schenk,Wolf,Brütner,Jäp
Meurer,Scherer,Wollscheid,Bückler,Jasper,Michels,Schiff,Zerpes,Büdinger
Juchem,Milwerstedt,Schmidt,Zimmer,Burlschenbusch,Junk,Müller,Schmitt,
Zimmermann,Büttinger,Junkers,Münnich,Schmitz,Zischer,Cher,Junklaus
Münter,Schneid,Colin,Justen,Muthmann,Schneider,Conradi,Kahl,Nau
Schnitzler,Dahmann,Kehrig,Neckel,Schock,Danner,Kenzer,Neiss,Schreiner,
Dewes,Kerbach,Neumann,Schroeder,Diederich,Kich,OrelsSchumacher,Diedmann
Kiefer,Ostermann,Schütz,Dör,Kiele,Otto,Schwabe,Emmerich,Kirchen,Palm
Schwartz,Erz,Kirckn,Pauli,Schwarz,EsperKlasen,Payeken,Schweitzer



Não só alemães



Para São Pedro de Alcantara vieram colonos de outras nacionalidades, muito embora algumas delas tenham pertencido, antes da Unificação da Alemanha, a Estados cujas características mais comuns eram os hábitos, costumes e língua germânicos. De 1829 a 1860 foram diversas as famílias que ali chegaram oriundas de  outras nacionalidades.



Sobrenomes e Origem de Imigrantes de São Pedro de Alcântara – 1829 a 1860, de outros Estados Europeus.

Áustria:Baumgarten,Müller,Schimke
Bélgica:Cammer,Jeantié,Neuve,Depré,Bursliet
Dinamarca:Westrup
França:Eich,Richard,Deschamps,Klocker
Holanda:Griele,Croemer,Plevoets,
Luxemburgo:Fuhrmannn,Mannes,Wilvert,Meier,Martendahl
Suíça:Ziegler,Netver,Stähelin,Bühler,Felber,Gysing



Como chegar

Melhor Opção: Pela BR 101: Do trevo de acesso à Florianópolis (Via Expressa) siga em direção ao Sul (Palhoça) por 4,3 Km e vire à direita para tomar a Rodovia SC-407. Siga por esta rodovia cerca de 18 Km até chegar a São Pedro de Alcântara.

Nota: O acesso à SC 407 fica 800 metros à direita, após o trevo de São José/Forquilhinhas, segundo pela BR 101 em direção a Palhoça. Pela Rodovia BR-282 – sentido Lages – Florianópolis. Siga até Rancho Queimado e tome à esquerda, pela SC 407 em direção a Angelina. Trafegue 13,8 Km e tome à direita, ainda pela SC 407 em direção a São Pedro de Alcântara que dista 26 Km. (Total entre Rancho Queimado e São Pedro = 40 Km)

Outra opção é seguir pela BR 282 até Santo Amaro da Imperatriz na altura do trevo da Varginha. Tomar à direita e seguir por cerca de 15 Km até São Pedro de Alcântara, mas este acesso se dá por estrada de chão batido.

Fontes:



- http://www.tonijochem.com.br/col_saopedro.htm

- http://www.pmspa.sc.gov.br/home/

- http://www.sc.gov.br/portalturismo/Default.asp?CodMunicipio=113&Pag=1

- http://maps.google.com.br/

- Diego F. Silva

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