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domingo, 24 de julho de 2011

A erva do sul! mate!

A erva do sul

Como o mate, planta de uso tradicional indígena, se tornou um símbolo de identidade cultural compartilhado por várias nações sul-americanas.


Faz um domingo frio e ensolarado em Porto Alegre. O céu muito azul, depois de dias de chuva, é um convite a sair de casa. O parque da Redenção, o mais popular da capital gaúcha, está lotado. Jovens casais conduzem carrinhos de bebês. Idosos tomam sol ou leem jornal. Atletas domingueiros passam com o fôlego curto. Jovens andam de bicicleta ou sentam-se em grupos animados sobre o gramado.
A cena não seria diferente da de qualquer outro parque urbano não fosse por um detalhe. Muitos desses porto-alegrenses comungam o mesmo curioso hábito. Enquanto conversam, passeiam, tomam sol ou chamam a atenção das crianças, eles vão consumindo uma bebida quente, sorvida de recipiente côncavo chamado de cuia, com a ajuda de um canudo metálico prateado. Cada cuia é sempre compartilhada por duas ou mais pessoas. Reabastecida com água quente, ela vai sendo passada de mão em mão entre amigos de um mesmo grupo, em um ciclo que se renova repetidas vezes.

Uma semana depois, no malecón da rambla que margeia o estuário do rio da Prata na capital do Uruguai, Montevidéu, a cena se repete. Observo casais de namorados, famílias, pescadores de fim de semana, todos desfrutando de mais um domingo de sol e da mesma misteriosa bebida quente, com seus mesmíssimos instrumentos e gestos: a cuia entre as mãos, a bomba entre os lábios, a garrafa térmica debaixo do braço.

Degusta-se o mate quente ou frio, dependendo da latitude. A bebida ganha o nome de chimarrão no Brasil e de mate nos países de língua hispânica. Sua versão refrescante, com água fria, é o tereré (pronuncia-se "tererê"). O consumo do mate está tão entranhado no cotidiano do Sul do Brasil e em três vizinhos austrais - Argentina, Paraguai e Uruguai - que, às vezes, pode se tornar até assunto de Estado. Ou de segurança no trânsito. O atual presidente uruguaio, José Alberto Mujica, ameaçou, no início de seu governo, declarar guerra aos funcionários públicos flagrados usando a cuia durante o expediente. Na Argentina, um polêmico deputado propôs, no ano passado, um projeto de lei que aplicará pesadas multas a quem tomar mate enquanto dirige na província de Buenos Aires.(O caso provocou reações indignadas dos caminhoneiros. Afinal, nas rutas argentinas, os postos oferecem não só gasolina para os veículos mas também água quente para as garrafas térmicas que enchem as cuias de mate - o combustível dos motoristas.) E, em Porto Alegre, museus, como a Fundação Iberê Camargo, anunciam já na porta, em uma placa em que se vê uma cuia coberta por uma faixa oblíqua: "É proibido ‘matear' nas dependências do museu".

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