Reflexões sobre a vida e o mistério do fim
Paulo Konder Bornhausen
Nascemos, fomos criados, estudamos e ficamos sabedores de que tudo tem um começo, um meio e um fim.
Vivemos, a juventude, a média, a maior idade e pouco nos preparamos para o inevitável, fatal, fim.
São tantos os problemas que enfrentamos, bem como os prazeres dos divertimentos. São tantas alegrias e tristezas que não há tempo para enxergarmos e nos preocuparmos com o fim, salvo a ocorrência de uma doença grave ou a perda de um ente querido. Ainda assim, logo nos esquecemos do inevitável fim.
Mesmo crentes, católicos como eu, consciente de que ele existe, sobre ele só refletimos nos atos religiosos, alguns nas suas orações, mas não nos concentramos como deveríamos fazer. Talvez até seja pela vontade Divina de nos poupar, de um tormento permanente.
Somente os octogenários como hoje sou, quando Deus na sua infinita bondade prolongou nossas vidas por muito tempo é que não nos sai da mente a proximidade do fim.
Não sei se foi o Criador que nos legou mais vida para que ainda aqui na terra pagássemos os nossos pecados, a verdade é que o fim, que chamamos de morte, está presente com constância nas nossas mentes, principalmente nos momentos de solidão que a idade nos impõe.
Rezamos, pelo menos no meu caso, ainda não o suficiente. Pedimos perdão pelos pecados cometidos, mas sempre lhe imploramos para retardar o nosso fim enquanto tivermos vigor mental e físico. E porque será este medo? Porque simplesmente nossas limitações humanas nos impedem de conhecer o depois do fim, o mistério do que vem depois da morte e aí chegamos a conclusão de que a vida é a maior graça que Deus nos concedeu e por ela devemos agradecer-lhe diariamente. Viver intensamente é a grande solução, pois com todos os seus percalços e soluços, ninguém deve desperdiçar um segundo desta maravilha que é a VIDA.
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