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quarta-feira, 12 de junho de 2013

Adeus Melancolia de Paulo Konder Bornhausen

Adeus Melancolia

Paulo Konder Bornhausen


Que será esse sentimento?
O que significa ele
Que agora resolveu com assiduidade
Apossar-se do meu pensamento


Quando criança desde logo aprendi
Meus pais assim me ensinaram
O que era a vida e que a morte era seu fim
Não me foi difícil entender e bem compreendi


Então estou convencido que a ela
Não há porque atribuir
Esta figura estranha, perversa
Que se não me faz chorar
Não me deixa em paz e não me deixa sorrir


Afinal fui sempre alegre até gozador
Muitos defeitos reconheço tê-los
Mas meus atos na maioria contem amor
Já agora a nefasta melancolia
Se não bastasse ser tão presente
Corrompeu-me, enchendo-me de mau humor


Repito que não é o receio da morte responsável
Pois que se a vida foi para mim tão bela
Soube vive-la muito bem, mesmo muito bem
Quando várias vezes próximo estive
Em nenhum momento tive medo dela


São as mazelas da velhice, pensei,
Concentrei-me na profunda meditação
Buscando caminhos para de mim afastá-la
Apelei a Deus e mergulhei na oração
Ainda assim dela não me livrava
Esta é para mim a nítida sensação


Hoje resolvi encontrar de qualquer maneira
De forma definitiva, por inteiro, destruí-la
Qual seria a razão desta terrível melancolia
Que vem me consumindo, torturando
E entendi que o esforço da razão, a ajuda de Deus, eu poderia.


Liguei a TV, li os jornais do dia e vi coisas
Tristes, tufões, enchentes, pobreza, violência
Porque então não haveria de libertar-me
Desta terrível e insuportável turbulência


Foi quando descobri que tudo se resumia
No medo do amanhã, em angustia e agonia
O implacável mistério do futuro
Cheguei a triste conclusão que a melancolia
Nada mais é que um sentimento de covardia


Vou libertar-me, decidi,
Recolhi-me ao silencio a meditação
Conversando com naturalidade com Deus
Busquei a cura no refúgio da permanente oração


Voltei a amar a vida e também a me amar
Confiando na vontade de Deus, e o que foi mais notável
Livrei-me da insensata melancolia
Esse sentimento insuportável.
Este poema foi escrito em 2009, quando completei 80 anos.

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