Uma vez que exista grande quantidade de pessoas com doença celíaca, a tendência de consumir glúten de trigo torna-se menor. Mas, qual seria a explicação para o desenvolvimento dessa doença?
Conforme os pesquisadores da respeitada Clínica Mayo, nos EUA, apontaram recentemente, pode existir algo por trás da alta tecnologia de trigo que foi desenvolvida na década de 1950, aumento a sensibilidade das pessoas ao glúten.
O glúten é uma proteína encontrada no pão e em outros alimentos e deve ser evitada completamente por pessoas com doença celíaca em virtude da incapacidade para digeri-la corretamente. Esta proteína danifica o revestimento do intestino delgado de modo que massas, aveia e até mesmo cerveja tem que ser evitada. O glúten é tipicamente adicionado em outros alimentos para ajudar a massa crescer e dar aos produtos assados uma melhor estrutura e textura.
Preocupados com os índices crescentes de pessoas celíacas e com o público em geral, os pesquisadores Joseph Myrray e James Everhart, compilaram um estudo aprofundado para obter respostas.
O que eles descobriram foi que 1,8 milhão de americanos têm doença celíaca e que outros 1,4 milhão possuem a doença, mas ainda não foram diagnosticados. Segundo os pesquisadores, 1,6 milhão de americanos já adotaram uma dieta livre de glúten apesar de não terem nenhuma doença. Na verdade, o estudo indicou que a maioria das pessoas que estava seguindo uma dieta sem glúten não tinha nenhum diagnóstico de serem celíacas.
A CBS News apontou que existe um desejo crescente na população de evitar o consumo de trigo.
Na década de 1950, cientistas começaram a fazer cruzamentos de espécies de trigo para tornar a planta mais resistente, crescerem mais rápido e com maior quantidade de trigo. Era a chamada “Revolução Verde”, fato que impulsionou as colheitas de trigo em todo o mundo.
Normal Borlaug, cientista de uma fábrica de alimentos nos EUA esteve por trás de muitas dessas inovações, ganhando Prêmio Nobel da Paz por seu empenho e trabalho desenvolvido. “O glúten de trigo pode ter encontrado alguma forma de tornar as coisas mais problemáticas, tornando as pessoas sensíveis a ele”, afirma Murray.
Recentemente os médicos americanos desenvolveram uma definição ambígua sobre esse tipo de sensibilidade. É um rótulo para as pessoas que sofrem de inchaço e sintomas celíacos. Algumas pessoas parecem melhorar a saúde quando evitam glúten, mas na verdade não possuem nenhum problema. A doença celíaca é diagnosticada com exames de sangue, testes genéticos ou biópsias do intestino delgado.
O estudo da sensibilidade ao glúten foi reforçado ano passado por uma pequena pesquisa australiana. Os voluntários que apresentavam sintomas foram colocados em dieta sem glúten e outro grupo foi alimentado com dieta comum; ambos não sabiam nenhuma informação sobre o que estavam comendo. Aqueles que não comeram glúten tiveram poucos problemas com evacuações, cansado e inchaço.
“Claramente existem doentes que não toleram o glúten”, disse Sheila Crowe, médica em San Diego, EUA, participante da Associação Americana de Gastroenterologia.
Dietas sem glúten são cotadas como uma boa maneira de perder peso. Nos últimos anos não houve um controle rígido sobre quem realmente tem sensibilidade ao glúten ou quem apenas aderiu o hábito de não comê-lo por medo ou por princípios particulares.
A grande questão nebulosa por trás de tudo isso é o gigante faturamento da indústria alimentícia que fabrica produtos sem glúten. De acordo com a CBS news, só nos Estados Unidos o faturamento chega a R$ 14 bilhões de reais.
Você pode ter acesso ao estudo completo do The American Journal of Gastroenterology
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