Difícil precisar quando surgiu a profissão de pintor, mas a verdade é que desde a Idade da Pedra o homem já desenvolvia os princípios do ofício. Dentro das cavernas, eles esboçavam ações de seu cotidiano, e nas paredes, com o uso de tintas extraídas de frutos, ovos de aves e até do sangue de animais.
Tempos mais tarde, São Lucas exercia a profissão retratando o rosto de Jesus Cristo e da Virgem Maria. Hábil com os pincéis, o santo foi eleito padroeiro da categoria e no dia 18 de outubro, em sua homenagem, comemora-se o Dia do Pintor.
Já em 1600, na Europa a profissão era exercida por integrantes das classes baixa e média. Mas nessa época surgiam os grandes pintores como o holandês Rembrandt (1606-1669). O artista usou pincéis e telas para retratar ele mesmo. São quase 90 auto-retratos entre suas obras e inúmeras gravuras de cenas bíblicas.
Rembrandt abusou das tintas para realizar seus trabalhos. Durante o século XVII, surgiram muitos outros pintores que deram início ao movimento barroco na Itália, espalhando-se depois para outros países europeus e mais tarde para os demais continentes.
Na arte barroca, os artistas retratavam o dinamismo social que, na época, acompanhava a transição do poder das mãos da nobreza para o da burguesia. Todas as pinturas tinham como características a composição na diagonal, acentuado contraste entre os tons claros e escuros e a predominância das cores. Eles usavam todos os recursos na tentativa de reproduzir fielmente a sociedade da época.
O movimento despertou a preocupação com a aparência dos projetos arquitetônicos e com isso, os pintores de parede passaram a trabalhar mais ativamente em todo o mundo. No Brasil, o setor de pintura amplia-se cada vez mais e ganha novos segmentos como o de pintura decorativa, automotiva e efeitos especiais, entre outros.
Mesmo sem ter um sindicato específico para área ou um órgão que defenda os direitos dos profissionais que atuam diretamente com a tinta, cada vez mais os trabalhadores se especializam. Hoje são vários os cursos oferecidos para os profissionais da tinta, entre eles novas técnicas de aplicação de textura, como fazer pintura decorativa, a linguagem das cores e como diminuir a diferença de tonalidade.
Diferente de antigamente, as mulheres começam a exercer o ofício e trabalham tanto quanto os homens. A carioca que atualmente mora em Blumenau, Santa Catarina, Tânia Regina Coutinho, está na profissão há cinco anos, mas desde o início da adolescência, aos 12 anos, já estava envolvida no mundo das tintas. "Sempre gostei de trabalhar com pintura, mas antes era só hobby", conta.
Agora Tânia adotou os rolos, pincéis, massas especiais e galões de tinta como oficio. Em média, dispensa quase dez horas por dia com o trabalho e não tem receio de procurar as tendências do mercado, conversar com lojistas de tintas e apresentar a seus clientes o que há de mais novo no segmento.
Tânia acredita que a profissão é ótima e tem um caráter terapêutico. "Enquanto você pinta, relaxa, afasta os problemas", comenta. Quanto às dificuldades para entrar no mercado de trabalho e enfrentar a resistência masculina, ela diz que não teve problemas. Como começou fazendo pinturas para os amigos, não enfrentou preconceitos. "Sou feliz com o que faço", completa.
O pernambucano Paulo Henrique Braúna entrou na profissão por necessidade, mas sete anos depois, acredita que seu trabalho é uma forma de arte. "O melhor do serviço de pintor é fazer obras de arte nas
fachadas de casas e edifícios e depois de terminar, ouvir o cliente dizer que ficou muito bonito", fala.
Fabiano Santos trabalha oito horas por dia na capital carioca. Sua especialização é pintar casas e aplicar texturas. Sua rotina é típica da maioria dos pintores. Acorda às 6h da manhã, toma café e sai para o trabalho.
Como vive da indicação de clientes, nem sempre tem o que fazer é precisa bater de porta em porta para conseguir serviço. "Às vezes pego coisas grandes, que demoro mais de três meses para terminar, mas a maioria é temporária e dura semanas", conta.
Mesmo com a dificuldade de garantir seu sustento e o da família, Santos declara-se feliz com o oficio. Segundo ele, em alguns meses não recebe mais que dois salários mínimos, mas a satisfação em misturar as cores e lidar com rolos e pincéis de tinta, compensa.
Fonte: www.selak.com.br
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