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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Asas da imaginação O ousado sonho do voo solo

Asas da imaginação
Em um dia frio, encarapitada na borda de uma duna na Carolina do Norte, estou prestes a realizar o sonho que partilho com Leonardo da Vinci: voar. O gênio do Renascimento passou anos a decifrar o voo das aves e a projetar máquinas voadoras pessoais. Em seu leito de morte, disse que uma das suas lamentações era nunca ter voado. Desde então, 500 anos de inovações resultaram na asa-delta que eu seguro sobre a minha cabeça, um dispositivo simples o bastante para ser usado como entretenimento. No entanto, apesar dos séculos de aventura e experimentação, o voo livre - a capacidade de deixar para trás a Terra como uma cotovia, mergulhar no espaço como um falcão e adejar como um beija-flor - ainda continua além do nosso horizonte.

Muitas vidas se perderam e fortunas foram malbaratadas na busca de tornar realidade o sonho do voo, e até hoje cientistas, inventores e aventureiros persistem em alcançar esse objetivo.

Da Vinci desenhou centenas de imagens de aves em pleno voo, tentando desvendar os seus segredos, e traçou projetos meticulosos de máquinas voadoras que lembram os planadores e helicópteros atuais. Mas ele nunca conseguiu entender os princípios físicos que tornam possível o voo. Trezentos anos se passaram até que sir George Cayley, um engenheiro britânico, descobrisse que voar dependia de três fatores: sustentação, propulsão e dirigibilidade.

Para resolver o problema da sustentação, ele concebeu um planador dotado de asas curvas. Em seguida, com o seu cocheiro no papel de piloto, Cayley fez com que lavradores arrastassem o aparelho encosta abaixo até ganhar velocidade suficiente para se manter no ar. Depois de voar centenas de metros, o planador caiu no chão. O cocheiro sobreviveu, mas, segundo relatos, não achou a menor graça no experimento.

Minha asa-delta é quase tão simples quanto o aparelho de Cayley, e, embora saiba que ela pode voar, logo fica evidente que a dirigibilidade continua a ser uma questão fundamental. Os instrutores da empresa Kitty Hawk Kites, na cidadezinha de Kill Devil Hills, situada a poucos quilômetros do local em que os irmãos Wright alçaram voo com o primeiro aeroplano motorizado em 1903, explicam que o controle da asa se faz com cinco movimentos: inclinar-se à direita ou à esquerda para fazer curvas; empurrar a barra de controle para cima ou para baixo a fim de alterar a velocidade; e empurrar a barra bem para cima quando
quisesse pousar. Mesmo assim, os meus colegas de classe continuam se estatelando na areia.

Muitos anos atrás, aprendi a pilotar um avião monomotor, mas voar com uma aeronave pequena é tão excitante quanto jogar baralho. Minha esperança é que a asa-delta me aproxime da experiência essencial de voar. (Do medo ela sem dúvida me aproxima. Agarro a barra de controle com tanta força que chega a doer enquanto corria até a beirada da duna.) De repente estou no ar. Em voo! Segundos depois, ouço o grito do instrutor: "Pouse!" Empurro a barra acima da minha cabeça e aterrisso, desajeitada. Logo subo de volta até o topo da duna. Tudo o que quero é sentir de novo a estranha e maravilhosa sensação de ficar suspensa no ar.

fonte:http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/

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