Quantas vezes encaramos o espelho e dizemos: "Meu quadril é muito largo, minhas coxas estão flácidas, odeio essa celulite". Para muitas de nós, é difícil conviver com as imperfeições e as fraquezas. Mas quem disse que a perfeição é a chave da felicidade?
Segundo a psicóloga americana Alice D. Domar, autora de "Você Pode Ser Feliz sem Ser Perfeita - Como se Libertar das Cobranças Excessivas e se Aceitar do Jeito que Você É" (Sextante), grande parte das mulheres tem dificuldade em lidar com as falhas em geral. "Nós nos julgamos com mais rigor do que julgaríamos outra pessoa. Permitimos que nossos pequenos erros ofusquem nossas muitas realizações", escreve.
Epidemia moderna
Mesmo as mais esclarecidas caem nessa cilada. Pudera! Como dar as costas para a avalanche de retratos de mulheres deslumbrantes bombardeadas pela mídia, com a ajuda do programa de tratamento de imagens, o Photoshop, claro! "A tecnologia aliada à medicina estética permite que o indivíduo apague os sinais deixados pelo envelhecimento, transformando o corpo numa tela em branco. Uma ilusão que provoca intensa angústia", afirma a psicanalista carioca Joana Vilhena Novaes, coordenadora do Núcleo de Doenças da Beleza do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa e Intervenção Social (Lipis), da PUC-Rio.
Então como calar a juíza que nos fere com o martelo da intolerância e da severidade? Começando a valorizar o que de bom possuímos e a avaliar se nossas expectativas de desempenho são realistas ou um tanto ou quanto heróicas. Vale também sondar como estamos nos sentindo em relação a nós mesmas. "A autoestima é uma construção perene, baseada em valores afetivos, morais, educacionais e intelectuais", diz o psicólogo José Henrique Volpi, diretor do Centro Reichiano de Psicoterapia Corporal, de Curitiba, no Paraná.
Filtro interno
O difícil é diferenciar os desejos genuínos das cobranças externas. Aí está o cerne da questão. É por isso que, em vez de olhar para o que lhes falta, a psicoterapeuta Raissa Cavalcanti convida as pacientes a estabelecer um referencial de julgamento interno, alinhado aos valores morais e espirituais de cada um. "O que impinge valor a um indivíduo são suas relações afetivas, seu senso de justiça e honestidade, a coragem de enfrentar os desafios da vida, a capacidade de semear a paz", diz, e acrescenta: "Quando a pessoa passa a se orgulhar de si mesma, consegue se gostar e se perdoar. Isso se reflete em todos os aspectos da vida". Entretanto, aceitarmo-nos não significa nos acomodar, ressaltam os especialistas. Devemos reconhecer nossas limitações e respeitá-las, mas jamais renunciar ao desejo de nos aprimorar.
Lenta maturação
Só que aí esbarramos em outro mal da atualidade: o imediatismo. "É preciso controlar a ansiedade de querer ser melhor do dia para a noite, o que é irreal", diz a psicoterapeuta. E mesmo que alcancemos avanços, o que será ótimo, jamais atingiremos a excelência máxima. "É impossível ficar 100% satisfeitos. Temos de reformular nossas expectativas e nos atualizarmos na medida em que as coisas têm utilidade. Se não são necessárias, está bem assim", diz José Henrique. Precisamos aprender a hierarquizar nossos propósitos. "É fundamental identificar as coisas das quais não abrimos mão, e aquelas de que conseguimos nos privar", afirma Joana.
Nesse sentido, a autoaceitação tem muito mais a ver com a conquista da autonomia do que com o aprimoramento pessoal. "Autoaceitação é poder suportar as falhas. É libertador encarar de forma generosa a passagem do tempo, as estrias deixadas pela gravidez, os quilos extras adquiridos numa fase de maior ansiedade. Enfim, não ser tão severa consigo mesma", diz a psicanalista.
fonte:mdemulher.abril
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sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Aprenda a gostar de si mesma Ninguém consegue desabrochar se a autocrítica não perdoa a menor falha. Aprenda a gostar de si mesma! Afinal, você é única
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