Próximos, se Deus permitir, Ivete e eu iremos completar sessenta anos de casados, em princípio de 2014.
Não sei se são “bodas de diamantes” como se diz usualmente, mas estou certo de que foi uma longa caminhada, uma bênção divina, que o Senhor reserva para alguns privilegiados, assim como nós nos sentimos.
Nestas condições eu me permito fazer algumas reflexões da união conjugal de dois “parceiros” (para estar atualizado aos novos tempos) e defini-lo, a minha maneira de pensar, sobre um tema tão controvertido.
Para mim, o casamento se assemelha, figurativamente, a um grande incêndio, cuja intensidade e suas labaredas, no inicio são quase sempre grandes, calorosas, representando o amor ou a paixão que levam duas pessoas ao altar ou ao cartório, onde fazem juras de uma união quase infinita, para o resto de suas vidas.
Este incêndio persiste caloroso e intenso por um tempo mais curto ou mais prolongado, variando caso a caso.
Quando curto o for, será porque os parceiros conseguem apagar o fogo, muitas vezes sem rescaldos, como se bombeiros fossem. Restarão somente cinzas.
Se prolongado, as labaredas continuam, reduzindo pouco a pouco sua intensidade, mas mantendo os rescaldos aquecidos, que representam uma mescla de amor, solidariedade e profunda amizade.
Os rescaldos do incêndio só serão definitivamente apagados, quando o grande bombeiro, Deus, levar um ou outro parceiro para a eternidade.
Para que ocorra esta hipótese, o incêndio e os rescaldos, como disse, figurativamente, a esse ponto, se parecem a um longo caminho onde existem flores, mas também espinhos, que no caso, são as labaredas que causam lesões, dores que o tempo se encarrega de curar, ainda que deixem algumas cicatrizes.
Para vivenciar essas graças, há que ter havido enorme capacidade mútua de perdoar, espírito de renúncia, resistência aos egoísmos, muita tolerância e compreensão recíproca, mantendo aceso o incêndio e depois seus rescaldos aquecidos, pelo amor e respeito entre os dois parceiros.
Os que conseguem tal privilégio maravilhoso, ainda que na mais extremas velhices possam, assim como nós, dormir e acordar entoando os mesmos versos da música do Gonzaguinha; “A vida é bonita, é bonita e é bonita...” antes de chegar o fim inexorável.
É isso que desejo a todos vocês.
REFLEXÃO MARAVILHOSA..LINDO
ResponderExcluirCoaduno com todas suas palavras, belamente desenvolvidas através desta feliz metáfora...ouso completar,dizendo que o casamento, vem a ser para todos que o vivenciam e vivenciaram, assim como tantas experiências de nossa existência terrena,um momento de evoluirmos como seres humanos,pois entendo que o maior desafio de um casamento vem a ser a capacidade de dividir!!!
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