A Polícia Militar de Santa Catarina registrou três ataques entre as 18h de segunda-feira (11) e as 7h desta terça (12), na onda de violência contra ônibus e instalações policiais iniciada em 30 de janeiro --já são 94 incidentes em 29 cidades. Segundo a coronel da PM Claudete Lemhkhul, houve uma mudança no perfil dos ataques, agora dirigidos a prédios públicos e carros - devido ao reforço da escolta em ônibus e, no caso de Florianópolis, à redução dos horários dos transportes coletivos.
De acordo com o major João Batista Reus, "os setores de inteligência notaram desde a última quarta-feira (6) algumas ações isoladas, oportunistas. Nos três dias de Carnaval, entretanto, notamos que ações contra prédios públicos foram ordenadas por facções criminosas, como no caso da estacionamento da sede do governo, em Florianópolis, no cartório eleitoral de Palhoça e no Fórum de Imbituba. Com o policiamento foi reforçado, em especial nos transportes coletivos, eles mudaram os alvos".
Segundo a PM, os três ataques da noite e madrugada produziram danos de pequena monta e ninguém foi ferido. Em São Joaquim, a PM prendeu dois suspeitos com coquetéis molotov.
Em Imbituba, criminosos apedrejaram o fórum local e deixaram um bilhete assinado pela facção criminosa PGC (Primeiro Grupo Catarinense), ameaçando incendiá-lo.
Os outros dois ataques do período aconteceram em Chapecó, com o incêndio de um carro particular, e em Tubarão, com o incêndio de um carro da Guarda Municipal.
Na tarde de segunda-feira o governador Raimundo Colombo reuniu a cúpula da Segurança Pública para avaliar o impacto do ataque de domingo ao pátio do Palácio do Governo, onde um carro foi queimado. O governo divulgou comunicado afirmando que SC ainda não precisa de apoio da Força Nacional, oferecido pelo Ministério da Justiça. As forças de segurança já detiveram 48 pessoas, sendo 17 adolescentes.
Ainda na segunda, o Deap (Departamento de Administração Prisional) realizou uma grande operação de vistoria nos presídios, usando todo pessoal disponível, até mesmo administrativo. Segundo o diretor do órgão, Leandro Lima, o objetivo era reforçar a segurança - nenhum incidente foi registrado.
As cidades onde a Polícia Militar registrou ataques são Imbituba, São Miguel do Oeste, Navegantes, Florianópolis, Itajaí, Palhoça, Camboriú, São Francisco do Sul, Laguna, Araquari, Gaspar, Joinville, Balneário Camboriú, Jaraguá do Sul, Maracajá, Ilhota, Tubarão, Chapecó, Indaial, Brusque, Blumenau, Garuva, Bom Retiro, São Bento do Sul, Rio do Sul, Porto União, São João Batista, São José, Criciúma.
Segundo a Secretaria de Segurança, os líderes do PGC, presos nas cadeias de São Pedro de Alcântara, Joinville e Criciúma, comandam a maioria dos ataques no Estado em busca de regalias nos presídios.
Em 12 de novembro, a facção deslanchou a primeira onda de ataques. Segundo a Polícia Militar, foram 63 incidentes em 16 cidades, queimando 24 ônibus em sete dias de violência. Ela declinou depois que as autoridades prometeram melhorias nas condições carcerárias.
Em 30 de janeiro, sem qualquer aviso, o PGC deslanchou a segunda onda de violência, mais duradoura e abrangente do que a primeira. Em 14 dias, foram 94 ataques em 29 cidades, com 33 ônibus queimados.
A Secretaria de Segurança e o Ministério da Justiça preparam em sigilo a transferência de 20 líderes do PGC para presídios federais em Rodônia e Mato Grosso do Sul. Nomes e datas não serão divulgados pelas autoridades por razões de segurança.
fonte uol
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