Hoje em dia, encontramos as mais variadas versões desse alimento milenar, que se origina do Cacaueiro, cujo nome científico é Theobroma cacao, planta nativa de uma região que vai do México, passando pela América Central e expandindo-se até a América do Sul. Seu nome científico deriva de palavras gregas que significam “alimento dos deuses”. De fato, não há quem negue que essa guloseima tão consumida e apreciada não tenha um quê de especial.
Atualmente, em nossa sociedade, o chocolate é símbolo do romantismo traduzido em caixas e cestas de chocolate que são presenteados principalmente no Dia dos Namorados, representa a alegria das crianças e adultos na Páscoa, já que é o famoso protagonista vendido em larga escala em formato de ovos. Além disso, desde a Antiguidade, o chocolate é usado no tratamento de beleza, tais como em banhos relaxantes de espuma, no qual faz o papel de revitalizar e hidratar a pele ressecada e desnutrida. Essa prática está em evidência, e os banhos são feitos em clínicas de estética, mas já existem produtos próprios à base de cacau para serem preparados em casa.
O chocolate, dessa forma, não parece ser nem de longe o vilão da história, mas estudos comprovam que ele possui em sua composição uma química venenosa. O composto mais potente do chocolate, um alcaloide de planta chamada teobromina, que é ligeiramente amargo ao paladar, pode ser venenoso para algumas espécies, principalmente para os cães.
O alerta foi feito pela Dog Help Network, uma rede de ajuda aos cães que observou que: “O Dia dos Namorados é o único grande dia no qual os cães são levados para as salas de emergência por causa do chocolate ingerido por eles”.
Muitos dizem que a gordura e o açúcar nos doces fazem bem ao animal, mas o que está em questão é a ingestão do alcaloide teobromina.
O que é um alcaloide?
É uma substância básica que deriva, em sua grande essência, de plantas, mas também pode ser derivada de fungos, bactérias e até mesmo de animais. Contêm em sua fórmula os elementos nitrogênio, oxigênio, hidrogênio e carbono. Normalmente, conhecemos alguns de seus nomes cujo sufixo é ina, como a cafeína (do café, que é chamada de pseudoalcaloide, por ser, na verdade, uma xantina), a cocaína (da coca), a papaverina/morfina/heroína/codeína (da papoula) são alguns exemplos.
Nas plantas, o alcaloide pode existir no estado livre, como sais ou como óxidos, e corresponde aos principais terapêuticos naturais com ação biológica anestésica, analgésica, psicoestimulantes, neurodepressores, etc.
A teobromina no chocolate
A teobromina foi descoberta nos grãos de cacau em 1841. Ela é conhecida por possuir um leve efeito estimulante em humanos, o que explica juntamente com os efeitos da cafeína e alguns outros compostos, a ação estimulante e energética que as pessoas têm ao comer chocolate.
No entanto, o excesso de teobromina no organismo humano pode causar náuseas e até mesmo anorexia, segundo relato da National Hazardous Substances Database (Base de Dados Nacional de Substâncias Perigosas): "Afirma-se que ‘em grandes doses’ a teobromina pode causar náuseas e anorexia, e que a ingestão diária de 50-100 gramas de cacau (0,8-1,5 gramas de teobromina) por seres humanos tem sido associada à sudorese, tremor e dor de cabeça”.
Em termos da toxicologia, a dose letal mediana (DL50 ou LD50, do inglês Lethal Dose) é a dose necessária de uma dada substância ou tipo de radiação para matar 50% de uma população em teste. Normalmente, o cálculo é feito a partir dos miligramas da substância por quilograma de massa corporal dos indivíduos testados. O DL50 é usado frequentemente como um indicador da toxicidade aguda de uma substância, e quanto maior a dose que será letal, menos tóxica ela é considerada.
No caso da teobromina, a DL50 é cerca de 1000 mg/kg em humanos. Em gatos é de 200 mg/kg, e em cães é de 300 mg/kg, o que significa que estas duas espécies possuem maior risco. Apesar, dos gatos correrem mais perigo, são os cães os animais mais propensos a ingerir doces. É claro que esse risco varia conforme o tamanho, forma e raça do animal.
Outro dado importante, é que a teobromina concentra-se mais nos chocolates escuros do que naqueles classificados “ao leite” e “branco”. Os efeitos do chocolate escuro para os caninos são agudos, o que indica alta periculosidade.
Foi comprovado que os efeitos da teobromina pode ser clinicamente útil, em pequenas quantidades, pois favorece o aumento da frequência cardíaca, dilata os vasos sanguíneos reduzindo a pressão arterial. Abre as vias aéreas e estimula a produção de urina, considerado assim, um diurético. Tais efeitos em uma pessoa são considerados positivos, se utilizados em um tratamento clínico.
Entretanto, em um cão, todos esses efeitos são adicionados à náusea aguda, convulsões e hemorragia interna. E, em muitos casos, letal para o animal.
Vimos que a teobromina faz mal aos cachorros, e em excesso nos humanos também pode ser perigoso. Mas, calma, nem tudo está perdido. Há um estudo que comprova que o chocolate, consumido com moderação, é claro, pode fazer bem ao coração humano.
Chocolate na prevenção de doenças cardíacas e derrames
De acordo com uma pesquisa feita na Alemanha, o chocolate pode ser bom para o coração, para a grande felicidade dos amantes desse “manjar dos deuses”. O estudo levou oito anos para ser concluído, e a equipe de pesquisa acompanhou a saúde de quase 20.000 pessoas que mantêm o hábito de comer essa guloseima. Os pesquisadores compararam a quantidade de chocolate composta na dieta para o número de ataques cardíacos e derrames que as pessoas tinham. Segundo o pesquisador Brian Buijsse: “A boa notícia é que o chocolate não é tão mau como se costumava pensar, e pode até reduzir o risco de doenças cardíacas e derrame”.
Ainda de acordo com o pesquisador, a equipe descobriu que o chocolate escuro era o tipo mais saudável para comer: “o chocolate escuro apresenta efeitos fantásticos, já o chocolate ao leite apresenta menos, e o chocolate branco não possui efeitos”, disse ele.
O estudo alemão revelou que as pessoas que comiam chocolate (em barra, e uma por semana), reduziam o risco de ter um ataque cardíaco em 27%. O risco de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) foi reduzido em até 48%. Os especialistas em nutrição acreditam que o que faz bem ao coração são os flavonoides compostos no chocolate.
Flavonoides ou bioflavonoides é a designação dada a um grande grupo de metabólitos secundários da classe dos polifenóis, componentes de baixo peso molecular, e que são encontrados em várias espécies vegetais. Os diferentes tipos de flavonoides são encontrados em frutas, flores e vegetais em geral, bem como em alimentos processados como vinho e chá.
Os flavonoides são encontrados nas sementes de cacau, por isso o chocolate escuro tem mais efeito, pois possui mais cacau. O chocolate ao leite, por sua vez, tem mais gordura do que cacau.
A pesquisa também mostrou que esses flavonoides presentes no chocolate também ajudam na redução da pressão arterial (mesmo efeito produzido pela teobromina). Entretanto, Buijsse alerta quanto ao consumo excessivo de chocolate: “Comer quantidades elevadas de chocolate mais contribuem para um provável ganho de peso que qualquer outra coisa. O ideal seria que as pessoas começassem a comer chocolate em pequenas quantidades substituindo, de preferência, outros alimentos de alto teor calórico como lanches ou outros tipos de doce”.
Qual é a conclusão que podemos tirar disso? Primeiro, não dê chocolate aos cães. A teobromina contida nesse doce faz mal a eles, e, além disso, existem inúmeros alimentos nutritivos e incrivelmente saborosos que farão a alegria de seus mascotes.
Segundo, o chocolate possui pontos positivos e negativos pautados em pesquisas feitas em laboratório, que mostram que você não precisa cortar o chocolate radicalmente da sua vida, mas também não deve cometer o erro de comê-lo aos montes. O excesso é prejudicial em qualquer aspecto, e isso não é segredo para ninguém.
O dramaturgo romano Plauto (230 a.C – 180 a.C), já sabia disso antes da comprovação de qualquer pesquisa científica e deixa a dica: "Todo excesso traz para as pessoas muita preocupação".
Após tais resultados, os pesquisadores afirmam que essa bactéria é capaz de trazer aos humanos os benefícios semelhantes daqueles observados nos ratos.
O próximo passo agora seria convencer as pessoas a cultivarem essas bactérias em seus solos, e mais do que isso, fazê-las incluir a M. vaccae em suas dietas diárias com o objetivo de mantê-las sempre felizes e de bem com a vida.
Mais uma vez a natureza prova que está do lado do ser humano. E você vai aderir a essa nova e interessante dieta à base de bactérias?
fonte jornaldaciencia
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