Em uma das praias mais geladas de Florianópolis, a Joaquina, os banhistas não conseguiam passar a água da cintura. As crianças pequenas corriam da onda e muitos sequer conseguiram ficar mais de um minuto com o pé na água.
— Está congelando meus pés! Nunca na vida vi uma praia tão gelada como esta — disse a paulistana Sueli Trigueiro dos Santos, que molhava os braços para se refrescar do calor de 31ºC, mas sem nenhuma coragem de mergulhar.
O fenômeno que ocorreu na terça-feira é chamado pelos oceanólogos de ressurgência costeira, quando a incidência recorrente de um vento traz as águas mais profundas (e mais frias) para próximo da costa. São necessários de cinco a 10 dias deste mesmo vento para ocorrer o processo, como ocorreu no Estado.
– Em Santa Catarina tem um vento Norte-Nordeste que já persiste há muitos dias. Ele gera esse fenômeno, que é algo semelhante ao que ocorrem em Cabo Frio, no Rio de Janeiro – explica o oceanólogo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Gustavo Prouvot Ortiz.
A água só deverá voltar ao normal com a chegada de uma frente fria, prevista para esta quarta-feira (veja previsão do tempo), que deve mudar a direção do vento e inverter o fenômeno.
A temperatura média das águas do litoral catarinense no verão fica normalmente entre 25ºC e 26ºC. Mas não foi sempre assim. Segundo a Epagri/Ciram, o órgão de monitoramento dos fenômenos climáticos de Santa Catarina, esta média diminuiu quase 1ºC nos últimos anos.
O oceanólogo da Epagri/Ciram Argel Vanz explica que o processo não é alarmante, pois nos próximos anos essa média deve voltar a subir. Com 42 praias, em Florianópolis é possível escolher a temperatura do mar de sua preferência.
Para os friorentos, a dica é procurar as águas mais quentes do Norte da Ilha, que possuem encostas, como Canasvieiras, Ponta das Canas e Ingleses. As praias do leste e do sul, de mar aberto, recebem correntes frias do sul mais facilmente.
fonte Juliana Sakae | juliana.sakae@diario.com.br
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